Amores Imaginários
Se você foi adolescente, mas aquela adolescente típica, ou
seja, chata, espinhenta, com joelhos grandes e pernas finas, então já se
apaixonou por um cantor ou um ator.
Eu nos meus 12 ou 13 anos de idade me apaixonei por vários e
me apaixonei perdidamente, de chorar na cama ao pensar no meu amor inatingível,
de criar estratégias para convencer meus pais que um intercâmbio cultural em
Londres seria fundamental para minha carreira, pois no fundo eu sabia que
andando pelas ruas de Londres iria esbarrar no meu único e eterno amor. Como se
rock stars andassem pelas ruas impunemente esbarrando em garotas bobas.
Só parei de chorar e aporrinhar meus pais com o tal
intercâmbio em Londres quando de me desapaixonei pelo dito cantor e me
apaixonei por um ator de Hollywood, daí comecei a minha campanha para ir para
os EUA.
Quem não passou por estes amores imaginários já nasceu
adulta ou pulou da infância para a maturidade sem saber o quanto é bom ser
idiota, mas é bom ser idiota em uma certa idade, a vida toda a coisa complica.
Tem gente que parece nunca sair desta fase adolescente e
carrega os amores imaginários para a vida adulta.
Eu trabalhava com uma psicóloga (sim, as psicólogas também
podem ser um bocado malucas), que vivia falando de um noivo que morava em São
Paulo e se chamava José. Esse José nunca telefonava para ela no horário de
serviço, nunca vinha visitá-la, às vezes ela viajava e dizia que tinha viajado com
o José. Como ela era muito amiga de minha mãe, eu acabei por herdá-la como
amiga e o tal José imaginário veio junto com esta amizade. Foram anos ouvindo
falar desse José sem nunca vê-lo, até que um dia ela me apresentou o tal José.
Ele agia como um amigo que estava de passagem pela cidade e que tinha
aproveitado para vê-la e almoçar com ela. Se havia um namoro, um noivado, um
amor, era da parte dela e ele sequer sabia disso.
Com o tempo, concluí que talvez eles tivessem tido um affair
rápido no passado e que esse affair foi muito significativo para ela, mas não
para ele.
Esta amiga morreu sozinha e solteira, sem nunca ter se
envolvido realmente com alguém e acho que esta solidão se deveu muito a este
amor imaginário.
Convivo com uma pessoa que vive falando no seu companheiro.
Eu e ninguém viu este companheiro. Ele nunca sai com ela, nunca está presente nas
festas que vamos, não viaja com ela, não mora com ela, enfim, tudo indica que
ela está só e nesta solidão está se apegando a um amor imaginário.
Um dia ela me falou o nome dele e, em tempos de internet,
fui procurá-lo nas redes sociais, mas não existe ninguém com este nome, em
compensação, nas redes judiciais, o fulano existe e é farto de ações de
estelionato.
Esses amores imaginários não são uma exclusividade feminina,
pois eu tinha um amigo que era um solteiro muito badalado por ser rico. Um dia
ele apareceu em casa com uma aliança enorme na mão direita. Eu fiquei muito
contente, pois sempre me preocupei que ele ficasse sozinho e demonstrei a minha
alegria, pedindo que me apresentasse a noiva. Daí ele me confessou que não
tinha noiva nenhuma. Ele simplesmente estava cheio de ser assediado por
mulheres que não lhe interessavam e resolveu colocar uma aliança na mão direita
para ter um pouco de paz.
Um amor imaginário servindo de escudo para uma
homossexualidade que só se revelou muito mais tarde.
Uma amiga, muito querida, também apareceu em casa usando uma
aliança na mão direita e eu quis saber quem era o noivo, pois ela nunca fez
segredo que tinha vontade de casar. Ela disse que não existia ninguém, mas
achava que uma mulher com uma aliança despertava maior interesse nos homens do
que uma mulher descompromissada.
Um amor imaginário servindo como isca?
Não sei bem porque as pessoas criam amores imaginários, em alguns
casos pode ser para preencher a solidão, mas não é uma regra para todos estes
amores, pois eles podem servir para proteger de algo que a pessoa não quer
enfrentar, para criar uma situação social e emocional que a pessoa deseja, mas
não tem.
No fundo acho que são adultos que se recusam a crescer e
preferem viver amores irreais, que nunca serão palpáveis, sempre idealizados,
com algo de conto de fadas, sempre perfeitos e etéreos. São amores que não
perdem a hora, que não discordam da sua posição política, que não decepcionam
por esquecerem do seu aniversário, não suam e nem vestem roupas estranhas para
irem a uma reunião social.
Como o rock star da nossa adolescência esses amores não têm
defeitos, só unzinho, são inatingíveis e quem aposta neles sempre está e estará
só.
Você já teve um amor imaginário? Conhece alguém que tenha?
Olá Betty,eu já tive sim um amor imaginário na adolescência.Um pouco triste para quem vive na vida adulta este amor inatingível,sempre ficará só. Talvez seja uma fuga. Bom dia,beijinhos
ResponderExcluirOi Patrícia,
ExcluirSortuda que teve um só,eu tive vários e sofria com se o mundo fosse acabar, mas com a maturidade isto passa ou deveria passar.
Bjs
Really appreciate your lovely post
ResponderExcluirHappy New Year dear Betty
TY
ExcluirAlguns destes amores imaginários são para dar satisfação (que não precisam) à sociedade. A amiga que inventa um relacionamento, está querendo dizer: ó! Eu tenho alguem. Não sou sozinha não.
ResponderExcluirAlgo semelhante, vi acontecer com um conhecido de faculdade. Ele tinha uma noiva em Sao Paulo, ele morava no interior de Minas, mas nem o melhor amigo, que já havia viajado com ele para praia nunca viu a tal noiva. Anos 90, as coisas eram mais complicadas, ligações interurbanas muita caras, viagens áreas coisa de celebridade.... Mas era suspeito. E no dia do baile de formatura, cadê a noiva? Era de se esperar que ela fizesse esta viagem para estar presente na formatura do noivo ne? Da pra se programar com antecedencia, os eventos foram em fim de semana, enfim. Muito natural e esperado que ela estivesse. Mas não. Ele alegou alguma coisa, que não me lembro mas aí eu bati o pé que era lenda, mesmo.
Muitos anos depois eu voltava pra casa com um ex colega da faculdade deste rapaz, que entre atualização da vida de cada amigo, me contou que o sujeito tinha se mudado para Belo Horizonte e morava com outro homem. A Noiva era só cortina de fumaça sobre qualquer suspeita de homossexualidade. Pra mim nunca colou mas que importância tinha? Era o medo de ser rejeitado, discriminado. Ele era bancário, estudante de direito..... E nesta época não havia beijo gay na novela da Globo, Dia de Orgulho Gay, Transsexuais, Transgeneros, nada. Um gay era na melhor das hipóteses um motivo de piadas
Eu conheci um gay que era noivo de uma mulher linda, mas ela era de uma família muito pobre e topou servir de encenação para a suposta macheza dela. Ele pagou a faculdade para ela, comprava roupas de griffe e conseguia ter alguém ao seu lado. Mais tarde ela se casou com outro, não gay e é muito feliz.
ExcluirOs gays passavam apertado e não faz muito tempo. isto está mudando e espero que um dia a gente lembre disto como um passado estranho e incompreensível.
Bjs
Nossa, muito tocante esse artigo! Tenho uma prima que vive nessa situação de criar amigos imaginários. Triste isso, mas muito frequente. Já acompanhei alguns casos. Fico um pouco preocupada quando percebo esses amores imaginários.
ResponderExcluirTb me preocupo, mas nunca tive coragem de chamar a pessoa ou as pessoas para a realidade. Tenho medo de magoar.
ExcluirHello, querida Betty!
ResponderExcluirEu tive vários amores imaginários, ainda bem que foi só na imaginação, hoje em dia estão tão
acabados, ainda bem que foi na minha adolescência. Rsrs.
Outro dia eu ouvi um depoimento de uma mãe que tinha um filho que era psiquiatra, ele acabou
suicidando por causa de um amor não correspondido. Podeira ser um amor imaginário, não é?
Beijinhos, Feliz 2017, sucesso sempre! ♥
Acho que poderia, mas não sei, precisaria saber mais do caso, se esse amor não correspondido sempre foi assim ou se durante um tempo foi um amor real que acabou não dando certo.
ExcluirOi Betty
ResponderExcluirMeu amor imaginário na adolescência foi meu professor de Ciências, na 7ª série, a paixonite durou só o ano que ele deu aula pra mim.
Olha, conheci uma pessoa como a sua amiga, que foi da sua mãe, que morreu só; era uma colega de trabalho, bem mais velha do que eu, uns dez anos de diferença, ela era noiva de aliança grossa, de um tal Edgar, que nós, do escritório nunca vimos, nem as que eram bem amigas dela não o conheciam, não é que ele não existisse, ele era real, mas penso que só ela era a noiva. Pobre Maria, o nome dela, morreu há pouco tempo de alzheimer, amparada pelas sobrinhas, nunca se casou, o tal Edgar também já deve ter morrido.
Beijos.
É o tipo de amor que empata a vida da pessoa. Se a Maria não tivesse o tal Edgar, provavelmente teria se casado com alguém real, presente, e tido uma vida normal.
ExcluirOi Betty, eu não tive essa fase de amor-imaginário por artistas. Meus "amores" sempre foram por pessoas próximas e bem reais ~ ainda bem! rs...
ResponderExcluirSorte a sua! Mas nem por um professor?
ExcluirOi Betty, nunca tive amor imaginário mas, sou e sempre fui apaixonada (idolatria, pode ser? ) por músicos , um exemplo, Bono Vox do U2 ou David Bowie ... mas, como eu disse, eu amo, admiro mas, não tenho 'tara' .
ResponderExcluirAcho que, pessoas que tem amores imaginários do tipo que envolve suposto relacionamento , tara, essas coisas , são pessoas extremamente sonhadoras.. Nem vou dizer nada sobre o equilíbrio emocional, não faço julgamento, o que não significa que eu não tenha uma opinião formada sobre isso. Porém, acho que este comportamento pode ser normal até certa fase da vida.
Sobre fingir ter alguém, confesso que já mudei 'status' de relacionamento em rede social para me livrar de gente pegajosa ..kkkk, ah, eu não nasci para ser boa, me desculpe! =P
Beijo
Puxa, não tinha pensado em mudança de status em rede social! Mas não é que isto existe e é bem comum!
ExcluirAhhh..eu amei o Nick Carter dos Backstreet Boys como ninguém! E ainda teve a época em que sentia que o príncipe William era minha alma gêmea!
ResponderExcluirÉ a vida, a gente aprende a realizar sonhos!
e eu fui uma adolescente feliz, do meu jeito.
:**
Feliz Ano Novo, Betty!
Acho que faz parte da adolescência! rsrsrs
ExcluirEu esqueci de contar no post que fui apaixonada pelo vizinho da minha tia, que era bem mais velho que eu e me tratava como pirralha.
Que interessante, nunca tinha pensado sobre o assunto.
ResponderExcluirNa adolescência tive meu amor imaginário sim e como vc disse, foi num período que era saudável ou permitido ter um amor platônico.
Agora pensando sobre o assunto só lembro de uma amiga, que nem sei se hj ela é feliz, mas por mto tempo só via felicidade naquele ser inatingível e que nunca atingiu. Atualmente sigo esse amor que ela teve, pelas redes sociais, e pelo visto a órbita deles nunca irá se cruzar.
Bjs
Espero que ela tenha se libertado e que seja feliz. Ninguém merece passar a vida ancorada em um amor imaginário.
ExcluirQuem nunca teve amor imaginário?
ResponderExcluirBig Beijos
Lulu on the sky
Meu Canal You Tube
Na adolescência é ótimo ter ao menos unzinho. Faz parte...
ExcluirAcredita que nunca tive unzinho pra contar história? Mas, olha, já ouvi cada história de pessoas solitárias e carentes que acabam se apegando a pessoas que conhecem pela internet... Naquele programa da MTV, o Catfish, por exemplo, tem cada história surreaaaal, já assistiu?
ResponderExcluirPuxa, nunca assisti a este programa, vou procurar para ver! Já tive problemas por estar muito exposta na net e vc tb já deve ter tido, pois vira e mexe tem um louco que resolve se apaixonar, não é mesmo?
ExcluirBetty, tive vários amores imaginários. Quando tinha meus 11 anos, me apaixonei por uma ator de um seriado sobre dois detetives que meus pais assistiam na TV. Descobri o endereço dele em Hollywood (do agente ou fã-clube, claro) e escrevei pra ele em inglês traduzindo palavra por palavra com a ajuda de um dicionário... terminava a carta dizendo I love you. Pode? Também já me apaixonei por vários professores. Beijos carinhosos, Denise
ResponderExcluirPelo menos serviu para treinar o inglês...
Excluirrsrsrs
Eu era tão pimentinha na época do colégio que alguns professores se apaixonaram por mim. Sempre começavam desejando me dar um chute no traseiro, de tão blasé que eu era, mas depois se apegavam. Teve um de Química que minha mãe ficou alerta, pois ele já não escondia mais a paixão. Você acredita que ele virou padre?
Vixeee Betty, na adolescência eu tive muiiitos amores imaginários, a maioria atores e cantores, lembra do Menudo? cada dia eu me apaixonava por um, rsrsrs Mas depois a gente cresce e vai para a realidade né? eu prefiro amores possíveis, rrsrsrs
ResponderExcluirBeijosss!!!
Menudos eram altamente apaixonantes!
Excluirrsrsrs
Nossa Betty, arrasou!
ResponderExcluirVejo muito isso no consultório....é a pura realidade.
Muitas pessoas com medo de encarar a solidão se apegam a relacionamentos que não existem! Quando seria muito mais produtivo e criativo, encarar os fatos e ir à luta para quem sabe encontrar um par.
Adorei seu post.
Bjs
Oi Cris,
ExcluirSe chegam a confessar no consultório, então já estão com meio caminho andado para se libertarem, mas creio que a maioria não confessa para ninguém,mente até para si mesmo.
Bjs
Dos 12 aos 16 anos, fui apaixonada por um guitarrista de uma banda de rock dos EUA, sonhava em ir nos shows dele, de me chamarem no palco kkkkk
ResponderExcluirainda bem q passou.
Acho que ainda tenho uma esperançazinha de ser chamada no palco,e olhe que eu sou velhinha...
Excluirrsrsrs