Julgamento precipitado – como lidar com isso
Quem nunca julgou alguém precipitadamente e depois teve
vontade de sumir? O julgamento precipitado sempre envolve uma injustiça, e se
você for uma pessoa sensível e honesta consigo mesma e com os outros, vai
sentir também vergonha por ter agido tão mal.
Já juguei de forma apressada e errei, já fui julgada de
forma apressada e a pessoa ou pessoas não tiveram a grandeza de se desculpar.
Eu era diretora de uma repartição e um dos funcionários era
muito próximo a mim. Como a repartição tinha acabado de ser formada, todos os
funcionários eram muito novos e eu era nova também, então manter a ordem não
era fácil, pois as pessoas confundiam amizade com folga e acabavam causando
problemas. Para dirigir aquela repartição, que estava acabando de nascer, era
preciso ter punhos de aço.
Um dia, esse funcionário que era mais próximo, sumiu
da repartição. Eu perguntava por ele e ninguém sabia me dizer direito onde ele
estava. Tentei manter a calma, mas o tempo estava passando, eu precisava dele
para um serviço, e nada... O pior é que os demais funcionários sabiam que ele
era meu amigo e deixar passar em branco tal comportamento iria parecer um
favorecimento pessoal.
Quando ele chegou, tranquei a porta da diretoria e passei um
sabão (ainda se usa este termo?), mas daqueles de arrancar o couro. E ele
calado, olhando para o chão. Tem coisa mais irritante do que alguém que não se
explica e não diz nada? Falei até cansar.
Depois que ele saiu da sala, vieram me avisar que tinha um vazamento
na cozinha e pediram para eu ir lá ver o quanto antes.
Os funcionários tinham montado uma festa surpresa para mim
na cozinha: era meu aniversário. Eu queria morrer, pois o meu amigo sumiu
porque tinha ido buscar o bolo e os refrigerantes! Fiquei emocionada e
envergonhada, pois fui muito injusta com ele, juguei precipitadamente. É logico
que pedi desculpas em público e este fato me serviu de lição por toda a vida. Antes
de pensar mal de alguém e julgar essa pessoa, respire fundo e se dê um tempo,
analise a situação.
... e já aconteceu comigo também o contrário: fui julgada
precipitadamente, e mais de uma vez, mas uma delas me marcou muito.
Quando eu tinha 15 anos, namorei um cara muito mais velho. Ele
estava quase se formando em engenharia e minha mãe fazia muito gosto nesse
namorico. Eu era molecona e inconsequente e o tal namoro não durou nem seis
meses. O namoro acabou e ele continuou amigo da minha família.
Nunca mais esse cara namorou ninguém! Ele era rico, bonito,
educado, mas nada de aparecer com uma namorada. Os anos foram passando e foi se
delineando que ele era homossexual, não assumido, mas era. Eu virei uma bela
desculpa para a família dele: ele não namorava ninguém por que era apaixonado
por mim. Mesmo fora da família, algumas pessoas acreditavam nisso.
Minha vida continuou e entre separações e maternidade, ele
continuou amigo da minha família. Um dia eu recebi um telefonema de uma mulher
que não quis se identificar, mas ela se dizia interessada nele. Ela me acusou
de estar acabando com a vida do meu amigo, pois eu sabia que ele era apaixonado
por mim e ficava alimentando esta paixão. Ele não conseguia seguir em frente
com a vida dele por minha causa, e disse mais um monte de bobagens, as quais eu
não podia e nem queria rebater. Desliguei o telefone muito chateada com a
furiosa anônima, com ele por me meter numa mentira e com a injustiça disso
tudo. Ela me julgou precipitadamente.
Todo mundo pode incorrer num julgamento precipitado, o
melhor é ter o bom senso de evitar julgar apressadamente alguém, ou melhor
ainda, não julgue ninguém, mas somos humanas e acabamos por falar e fazer
bobagens.
Se você for julgada precipitadamente, não tem muito o que
fazer, a não ser esperar que o seu juiz caia na real e peça desculpas pelo erro
(a maioria não pede), mas se você julgou mal e feriu alguém, então o melhor é
se desculpar o mais rápido possível. Todo mundo está sujeito a cometer gafes,
mas fingir que não cometeu e esperar que o outro esqueça a sua grosseria só
agrava o problema e eterniza o feito.
acho que precisamos nos policiar para nao fazer isso inconscientemente pq é algo mt prejudicial para todos
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Oi Betty... já fui julgada e já julguei também (e ainda julgo!), meu marido é meu ponto de apoio, ele é muito sensato e sempre quando falo algo de alguém ele pede para eu ver a pessoa ou a situação por um outro lado!
ResponderExcluirBeijosss♥
Hoje eu já me seguro mais, mas precisou acontecer o fato queeu narro aqui com um colega de trabalho para eu mudar de postura.
ExcluirBeijos