Madame um filme pra quem não tem medo das próprias emoções

Quando vi que entrou em cartaz Madame (2017), um filme com Rossy de Palma, fique ansiosa, afinal ela é a musa do Pedro Almodovar e nunca vi nada com ela que não fosse no mínimo ótimo, mas aqui em Bauru (sertão onde me escondo) nem todos os filmes chegam, principalmente aqueles que são menos comerciais. E não é que veio para cá?!?

Não bastasse ter a Rossy de Palma, o filme conta também com Toni Collette (O Casamento de Muriel, Sexto Sentido, A Pequena Miss Sunshine), outra atriz mega confiável nas suas escolhas de roteiro.

Resenha

Anne Fredericks (Toni Collette) é a segunda esposa de um milionário americano Bob (Harvey Keitel), que está falido e precisa vender um quadro de Caravaggio para se salvar da ruína. Eles estão passando uma temporada na casa que têm em Paris e convidam 12 pessoas para um jantar, no qual vai estar presente, David Reville (Michael Smiley), marchand inglês que vai avaliar se o quadro de Caravaggio é verdadeiro.

Com a chegada de um convidado inesperado, vão ficar 13 pessoas à mesa e Anne é supersticiosa demais. Para evitar o número 13, faz com que sua criada, Maria (Rossy de Palma), sente-se a mesa como uma convidada.

Aí começa o desenrolar da trama, pois um dos convidados vai se apaixonar por Maria.

Porque assistir
 

Madame é uma comédia romântica como há muito tempo não se vê por aí, mas tem tiradas fantásticas que farão você rir, não apenas sorrir ou rir amarelo.

Além do lado romântico existe também aquele lado do questionamento social sobre até que ponto é possível sair da cozinha para a sala e se tornar uma madame.

Madame também mexe com os sentimentos femininos, pois faz a gente se questionar se em algum momento na vida não sentiu inveja, ainda que invejinha branca, de uma amiga que está se dando bem num relacionamento e que a gente julga inferior, seja em atributos físicos, culturais ou sociais.

Também faz com que a gente sinta a solidão das duas personagens femininas principais, mas não quero me adiantar muito para não cometer spoiler.

Preste atenção

Quando Anne nada nua em uma piscina dá para sentir toda a sua desilusão, inveja e abandono, e Toni Collette consegue passar tudo isto sem dizer uma única palavra. A cena da piscina revela a grandiosidade da atriz.

Moda e figurino

Não consegui descobrir quem é a(o) responsável pelo figurino do filme, mas os vestidos usados por Anne são deslumbrantes e também aqueles usados por Maria, depois que começa a vestir as roupas da patroa.

Já dá para entender que o figurino vai ser arrasador logo nas primeiras cenas quando Anne parece usando um vestido dourado quando está se arrumando para o jantar, mas o tal vestido é só um aperitivo do que está por vir e os looks são de tirar o fôlego de qualquer fashionista.

A crítica do filme na imprensa não foi a melhor possível e variou do “muito bom” ao “péssimo”, mas quem assistiu gostou e gostou muito, eu inclusive.

Ainda que o filme fosse uma porcaria, o que não é, em muitas tomadas a cidade de Paris serve de cenário e isto bastaria para valer o ingresso, pois Paris continua linda!