Wild Wild Country – sexo drogas violência e intolerância
Wild Wild Country é um documentário que mostra a estada de
Rajneesh, também conhecido por Bhagwan ou Osho, um guru indiano, nos Estados
Unidos e a criação de uma cidade no Oregon por ele e por seus seguidores. O
documentário iria me passar desapercebido se eu não tivesse lido uma resenha na
Revista Veja, pois foi lançando em março, muito discretamente pela Netflix.
Resenha
Trata-se de um documentário de 6 horas dividido em 6
capítulos, e se e não soubesse que é um documentário, com imagens reais dos
acontecimentos, eu acharia que estavam exagerando na ficção e pararia na metade
por achar que estavam passando do ponto em criatividade, muitas vezes maligna.
Mas, realmente aqueles fatos aconteceram.
Rajneesh, em 1981, comprou um rancho no Oregon, ao lado da
cidadezinha de Antelope, a qual contava com cerca de 40 habitantes, e, em um
ano, com ajuda de sua assistente Sheela, e mão de obra de seus seguidores
voluntários construiu uma cidade autossustentável para 10.000 pessoas, com
casas, escola, assistência médica, uma usina que produzia energia, e tudo o que
uma cidade precisa para existir. A cidade passou a se chamar Rajneeshpuran.
Rajneesh pregava amor livre e desapego aos bens materiais,
mas ele mesmo andava ricamente vestido, tinha 96 carros Rolls-Royce, aviões e
outros bens materiais dignos de um paxá.
Ele era o líder da comunidade, mas quem comandava era a sua
assistente Sheela.
De um lado existia a intolerância dos moradores de Antelope
com o estilo de vida alternativo dos samnyasis (como eram chamados os
seguidores da seita de Rajneesh), de outro lado o crescimento da seita passou a
pressionar os locais com o intuito de afastá-los de suas casas.
Não foram os seguidores de Rajneesh que começaram a
violência, mas mal ela se prenunciou, eles se armaram com armas de fogo e
formaram um verdadeiro exército que treinava todos os dias e se colocava de
forma ostensiva em volta de seus domínios. De comunidade riponga, com base na
paz e amor, os seguidores se transformaram em soldados e, segundo Sheela, o
mestre Rajneesh nunca tinha pregado “dar a outra face”, portanto era legítimo
reagir, o problema foi o excesso de reação.
Porque assistir
Rajneesh-Osho é influente até hoje, mas na primeira metade
dos anos 80 ele se tornou reverenciado no mundo todo e não conhecê-lo era tido
como indício de ignorância (confesso, eu era ignorante).
Ele escreveu muitos livros e muita gente o segue até hoje.
O documentário mostra imagens de época instigantes e
depoimentos de seus antigos seguidores, bem como dos moradores de Antelope, que
estão vivos até hoje. Hoje todos se parecem com avós respeitáveis e pacíficos,
mas o cruzamento dos depoimentos com as imagens dos fatos mostram que
Rajneeshpuran não foi bem um paraíso na terra como Rajneesh imaginou que seria.
Preste atenção
O documentário coloca depoimentos dos dois lados, imagens de
época dos dois lados, mas em momento algum julga qualquer dos lados. O
julgamento, as conclusões vão caber a você que está assistindo.
Com certeza você vai notar que existe um descompasso entre o
que se prega e o que realmente acontece.
Moda e Figurino
Como é um documentário não existe um figurino, mas você vai
perseber que os seguidores de Rajnesh-Osho se vestem de vermelho, em todas as
suas derivações: vermelho puro, vinho, roxo, lilás, laranja, rosa. A cor era
uma referência aos homens santos da Índia, e nos EUA eles ficaram conhecidos
como “os vermelhos”.
Eu não sabia nada sobre Rajneesh-Osho e quando muito via
algum banner com alguma frase de Osho nas redes sociais. Depois de assistir ao
documentário fiquei curiosa e fui pesquisar quem realmente era Rajneesh, por
que foi tão amado e tão odiado? O melhor
artigo que encontrei foi o de Octavio da Cunha Botelho e recomendo que você leia após assistir ao documentário, pois
muitas coisas que não são mostradas lá, são explicadas neste artigo.
Depois de assistir a Wild Wild Country não consegui parar de
pensar nos acontecimentos e até que ponto Rajneesh teve culpa no que aconteceu.
Ele sempre negou tudo e jogou toda a responsabilidade em cima de sua assistente
Sheela, mas será que ele não sabia nada?
Wild Wild Country é um documentário que faz com que a gente
reflita, não apenas sobre os acontecimentos ali mostrados, mas sobre como as
pessoas são envolvidas por seitas e ilusões que aparentemente não têm nenhum
lastro com a verdade.
Acredito que Wild Wild Country é o melhor documentário de
2018, pois mesmo que surjam outros, dificilmente vão superar os acontecimentos
no Oregon nos anos 80.
Great Betty
ResponderExcluirHave a good day
kisses
Tambem era ignorante.... So passei a "conhecê-lo" por umas frases esparças e uma amiga que certa vez disse que o lia. No mais não chamou mto minha atençaõ
ResponderExcluirAs frases eu até via por aí, mas nada que me chamasse muito a atenção. Ele tem uma bibliografia imensa! Num vi nenhum livro dele à venda...
ExcluirOi, Betty
ResponderExcluirFiquei chocada com esse doc, sobretudo, porque há muitos seguidores que idolatram Osho no Brasil. Mas depois que assisti ao documentário, fiquei decepcionada com ele pois os verdadeiros gurus indianos são desprendidos de riquezas. Fiquei chocada também com a maneira que ele denunciou a Sheela na entrevista chamando ela de assassina. Cadê o perdão, a tolerância? parece que a máscara tinha caído. Uma traição à sua mais fiel seguidora, que vivia pra ele desde a adolescência, que o amava. Vou ler o artigo do Octávio, obrigada
Denise
Beijos
Oi Denise,
ExcluirO artigo mostra que ele não era uma pessoa coerente e não se sentia na obrigação de ser. Eu fiquei me perguntando até que ponto ele sabia do que estava se passando na tal cidade vizinha de Antelope. Será que não sabia de nada mesmo?
Beijos
Menina, assisti na semana passada, fiquei em choque!!!
ResponderExcluirAcho que ele deveria ter sido preso, e a Sheela deveria ter pegado prisão perpétua, uma psicopata!
Eu já li livros do Osho e gostei, ele tinha muito conhecimento teórico, mas que ser horrível, então tudo o que ele escreveu não vale nada...
Bjs
Claro que ele sabia de tudo! Mas era conveniente, ele estava numa zona de conforto...
ResponderExcluirE outra coisa que me impressionou foi a frieza com que ela admitiu tudo o que fez, falando calmamente na entrevista, atos terroristas, guerra biológica e tantas coisas absurdas...
Decepcionante... Minha filha tinha um livro dele, mas fiz um limpa aqui na minha estante e doei para a biblioteca! Já publiquei muitas frases profundas dele! Parei! Nossa! Abraço!
ResponderExcluirÉ a história da humanidade: alguns se enchem de riquezas e pouco se importam com os seguidores, além de terem sempre um bode expiatório à mão para as emergências. Muito conveniente esse “não sei de nada”. Lula ficará orgulhoso se assistir ao documentário...
ResponderExcluirOi Denise,
ExcluirEu li uma crítica do documentário em que a autora traçava um paralelo entre o Lula e o Osho, mas segurei para não ir tão longe...
:)
Oi Betty... uma vez eu vi um livro em uma livraria falando sobre este líder, não tive nenhuma
ResponderExcluirvontade de ler... agora o documentário parece ser legal, vou conferir!!!
Beijosss