Viver Duas Vezes filme que quase mostra a realidade do Alzheimer
Assisti ao filme Viver Duas Vezes por uma indicação da
Revista Bula, mas teria assistido antes se soubesse que era sobre a Doença de
Alzheimer, doença essa que tem assolado a minha família há duas gerações, quem
sabe três, pois ainda não cheguei na idade crítica, mas posso ter sido premiada
na loteria genética familiar.
É o primeiro filme sobre Doença de Alzheimer que se aproxima
da realidade da doença, bem diferente do filme Para Sempre Alice, que embora
seja um filme emocionante sobre a Doença de Alzheimer e tenha uma interpretação
maravilhosa de Julianne Moore, a Alice do filme é muito boazinha, nunca agride
a família e o filme é essencialmente triste.
Doença de Alzheimer é triste, mas tem o seu lado engraçado
também e o filme Viver Duas Vezes consegue
mostrar os dois lados da doença, pois é uma comédia dramática.
Notinha: Cabe aqui colocar a razão de eu falar em
Doença de Alzheimer e não em Mal de Alzheimer. Quem tem o problema na família
sabe que está lidando com uma doença que ainda não tem cura, mas tem tratamento
e o doente pode ter uma boa vida mesmo depois de ter sido diagnosticado,
enquanto falar de “Mal”, é falar de algo tenebroso, que não tem como tratar ou
lutar contra, portanto, seja gentil com todos que têm essa doença e jamais use
o termo Mal de Alzheimer.
Resenha
Emilio (Oscar Martínez) é um professor universitário de
matemática, aposentado, viúvo, que mora sozinho e tem em sua rotina tomar o
café da manhã em uma cafeteria onde sempre resolve o Sudoko diário do jornal,
que ele faz questão de chamar de Quadrado Mágico. Um dia ele falha na solução
do Sudoko e não se conforma, pois seu raciocínio lógico é praticamente
infalível. Ele chega a ligar para o jornal que publica os Sudokos para dizer
que o Sudoko daquele dia estava errado. A partir daí a mente de Emilio começa a
falhar e ele é diagnosticado com Doença de Alzheimer.
Quem lidou com um paciente de Alzheimer sabe bem como é
feito o teste para detectar o dano que a doença está causando no cérebro, e este
teste é composto de perguntas simples como qual é dia, qual o mês, qual é a
estação do ano e contas matemáticas elementares.
No início, Emilio consegue se sair relativamente bem nos
testes, mas à medida que a doença vai avançando ele vai falhando cada vez mais.
Com a doença de Alzheimer se fazendo presente cada vez mais
em sua vida ele se vê obrigado a se aproximar de sua filha, Júlia (Imma Cuesta),
sua neta Blanca (Mafalda Carbonell) e de seu genro Felipe (Nacho Lopéz).
As características dos personagens secundários são muito
interessantes e dão um toque de humor e drama ao filme. Julia é uma
representante de laboratórios médicos que está acostumada com hospitais,
consultórios e médicos. Blanca tem 12 anos, um pequeno defeito no caminhar e um
sarcasmo próprio da idade. Felipe está desempregado e atua como coach on line,
postando mensagens edificantes, cheias de frases feitas e que bem pouco
condizem com a realidade que ele vive.
Enquanto a doença não se intensifica, Emilio resolve que
quer rever uma ex-namorada de sua adolescência, chamada Margarita, só que ela
mora em outra cidade. Inicialmente ele conta com a ajuda de Blanca, sua neta,
para ir ter com Margarita, mas acaba não conseguindo se deslocar com o auxílio
de uma menina por uma estrada que ele desconhece.
Ao voltar para sua casa, a doença vai avançando e Emílio se
vê obrigado a morar com sua filha.
Por fim ele consegue convencer Julia e toda a família a
fazer esta viagem em busca da Margarita.
O filme vira um road movie temperado com as loucuras próprias
da Doença de Alzheimer.
Porque você deve assistir
Até hoje eu não tinha visto nenhum filme sobre Alzheimer que
mostrasse o lado engraçado da doença, mas este lado existe, bem como o lado
triste e o lado agressivo. Viver Duas
Vezes consegue mostrar várias facetas desta doença, que em alguns momentos
pode ser até enternecedora.
O filme “quase” mostra a realidade da Doença de Alzheimer
porque se desliga da realidade no final, mas isto não atrapalha em nada o
roteiro, ao contrário, o engrandece, afinal o filme em momento algum se propôs
a ser biográfico e contar sobre a doença de um personagem real.
Preste atenção
Fiquei fascinada com a atuação de Oscar Martínez como
Emilio, pois ele consegue mostrar com sua expressão corporal e facial o avançar
da Doença de Alzheimer. Note como o olhar dele vai ficando vazio à medida que a
doença vai avançando. Este vazio nos olhos é uma característica muito marcante
no paciente de Alzheimer em grau avançado.
Talvez o filme Viver
Duas Vezes faça você chorar... nos momentos finais eu dei uma choradinha,
confesso, mas não é um filme lacrimoso por excelência. É um filme terno,
comovente e até mesmo engraçado. Recomendo muito, principalmente se você já
conviveu com alguém que tenha ou teve a doença.
Essa doença está cada vez mais próxima de cada um de nós. Em tantas famílias ela se instala. Deve ser muito bom o filme...Gostei da indicação! bjs, chica, lindo fds!
ResponderExcluirBetty
ResponderExcluirJá quero vê-lo!! Gostei demais da resenha.
Um beijo, sua linda!!
Oi Betty... ainda não assisti, mas já está anotado.Obrigada pela indicação!!!
ResponderExcluirBeijosss!!!
Betty, eu adicionei à minha lista, quero ver.
ResponderExcluirMinha tia materna nº 3 tem a doença.
É muito sofrido, ela está em estágio bem avançado e minhas primas, especialmente a que mora com ela, estão bem afetadas.
E sim, apesar de tudo que é tão ruim tem umas passagens engraçadas, como ela subindo no muro e parando estranhos pra contar que estava em cárcere privado, sem comida, presa, amarrada... e minhas primas tendo que ir de casa em casa procurar ela quando fugia...
Mas é tenso, especialmente na fase de agora.
Ela nem soube que o filho mais velho morreu...
beijossss
Adorei o post.
ResponderExcluirModelos de Lousa de Vidro Magnética, Sao Paulo - SP
Very good.
ResponderExcluirModelos de Lousa de Vidro com Logo, Sao Paulo - SP