Hollywood a série mostra os anos 40 segundo a Netflix
Eu estava meio resistente em assistir a série Hollywood da
Netflix, embora soubesse muito pouco sobre ela e só me arrisquei por ser um
série de época e eu gosto de séries e filmes de época. Não me arrependi, a
série Hollywood é visualmente muito bonita, mas o roteiro toma tantas
liberdades com a história real e distorce tanto os anos 40, que não sei até que
ponto é válido.
Acredito que Ryan Murphy tenha se inspirado no que Quentin Tarantino
fez no filme “Era Uma Vez Em Hollywood”, onde o diretor salva Sharon Tate das
mão da Família Manson, mas Tarantino fez isto com maestria, enquanto Ryan Murphy criou um
conto de fadas totalmente inverossímil sobre os anos 40.
Resolvi classificar Hollywood como série, embora muitos
críticos a classifiquem como minissérie porque tudo indica que virá por aí uma
segunda temporada e minisséries são fechadas em si mesmas.
Resenha
A série se passa nos anos 1947 e 1948 e mostra a produção de
um filme, Meg, que inicialmente deveria ser com uma protagonista branca, mas
este filme sofre uma modificação no roteiro para encaixar uma artista negra no
papel, Camille (Laura Harrier).
O diretor do filme é Raymond (Darren Criss), seu namorado,
que se passa por branco, embora seja meio filipino, e o roteirista é negro,
Archie (Jeremy Pope).
Seria impossível colocar uma protagonista negra
contracenando com um ator branco, pois as leis americanas não permitiam que
mostrassem casamentos interraciais em peças e filmes, e já começa aí a
liberdade que a série toma.
A série mostra que os atores para serem aceitos e subirem na
carreira passavam pelo teste do sofá, fato este que passou a ser condenado e
denunciado praticamente agora, mas Hollywood foca o teste do sofá masculino e
não feminino.
A série até um ponto pretende ser séria e focar nos problemas raciais, na discriminação feminina, na homofobia, mas em um determinado ponto se perde e passa a mostrar como poderia ter sido Hollywood se os homossexuais se assumissem e os negros se impusessem.
Da maneira que a série mostra, parece que tudo poderia ter
sido diferente se os negros e o homossexuais não fossem covardes e tomassem
posições mais contundentes, mas a verdade é que os anos 40 não eram para
principiantes e o que a série mostra seria impossível de acontecer, pois nenhum
ator ou outro tipo de celebridade teria coragem de se assumir gay e apresentar o
seu parceiro como namorado, menos possível ainda seria agir assim e continuar sendo
aceito como um ator para papeis héteros ou quaisquer outros tipos de papeis.
Em época bem mais recente, o ator Rupert Everett (O Casamento
Do Meu Melhor Amigo) se assumiu gay e se arrependeu, pois nunca mais conseguiu
um papel que não fosse de gay.
Na série Hollywood, Rock Hudson (Jake Picking) assume o seu
namorado gay, o roteirista Archie e parece não ter grandes problemas com isso.
Rock Hudson, embora fosse gay e tenha morrido de AIDS, na
verdade nunca assumiu a sua homossexualidade e chegou a se casar com uma mulher
para encobrir os boatos que o cercavam.
Vários personagens realmente existiram, como Rock Hudson e Henry Wilson (Jim Parsons – o Sheldon, de The Big Bang Theory); outros foram inspirados em personagens reais como Ernie (Dylan McDermott), o dono de um posto de combustível que disfarçava uma rede de prostituição masculina. O posto realmente existia, mas o nome do proprietário era outro.
Já o personagem Jack Castello é ficcional, mas para compô-lo
David Corenswet , se baseou três galãs famosos na época: Marlon Brando, Montgomery Clift
e James Dean.
Porque assistir
Independentemente da série ser fictícia, e é bom assistir tendo
consciência disto desde o começo, pois senão você vai ter a sensação de que
está sendo feita de idiota em alguns episódios, é uma série bonita, bem
montada, o enredo é interessante, e olhe que eu normalmente não gosto de filme
e séries cujo roteiro mostra como são feitos os filmes e as séries, mas neste
caso o roteiro funciona e não é nada chato.
Preste atenção
Vários personagens reais aparecem na série e até certo ponto
eles são verdadeiros, como a descompensada Vivien Leigh, que na época já era
famosa pelo “E O Vento Levou”, filme pelo qual ganhou um Oscar. A série não fala,
mas na verdade Vivien Leigh sofria de transtorno bipolar e realmente o seu
comportamento causava problemas no meio artístico e social.
Henry Wilson era um agente de talentos que todo mundo sabia
ser gay, mas ele vivia no armário como todos os homossexuais dos anos 40. Ele
era famoso por ser um abusador sexual e sempre trocava favores sexuais por uma
chance na carreira. No último capítulo você verá ele redimido, mas esta redenção
nunca aconteceu.
A série deixou de lado personagens importante que deveriam
ter sido mostrados ainda que a título de curiosidade ou para fazer pano de
fundo, como Marilyn Monroe, James Dean que já estava surgindo, Marlon Brando,
entre outros.
Para falar verdade, me senti incomodada de ver Jake Picking
como Rock Hudson, pois Rock Hudson era uma homem lindíssimo, com 1,93 m de
altura, enquanto Jake Picking , tem 10 centímetros menos e não é nada bonito,
malhado sim, bonito não.
Figurinos e cenários
Os cenários e figurinos são perfeitos e só por eles já
valeria a pena assistir a série Hollywood.
Os vestidos e a caracterização geral das atrizes beira a
perfeição, ficando até difícil reconhecer Mira Sorvino caracterizada como
Jeanne Crandall, uma atriz fictícia.
Se o roteiro e direção da série Hollywood fosse tão perfeita
quanto os cenários e figurinos, então mereceria nota 10, mas não é.
Tendo em mente que a série não é biográfica e nem
documental, mas sim um ficção, ficção às vezes exagerada, assista com muita
pipoca e refri, pois tem apenas sete episódios e é fácil maratonar.
Vou confessar uma coisa, mesmo achando que o roteiro é um
queijo suíço de tantos buracos, eu chorei no final, pois tudo dá certo e nós
estamos precisando que tudo termine bem no meio desta infindável quarentena.
Oi Betty... vi a chamada para esta série, mas não me interessei nadica de nada, quando é uma ficção eu gosto, mas quando é algo que coloca personagens que existiram realmente eu acho meio desleal, ninguém sabe realmente o que aconteceu, o que realmente sentiam, e são pessoas que já faleceram, sei lá.
ResponderExcluirEstou assistindo Ratched, anos 40 também, drama, suspense e terror ao mesmo tempo, gostei muito!!!
Beijosss!!!
Oi Jane,
ExcluirRatched é do mesmo diretor e eu maratonei. Vou falar sobre Ratched na próxima semana.
Beijos
Olá, Betty.
ResponderExcluirObrigado por recomendar o show desse filme dos anos 40 estrelado por Rock Hudson. Estou curioso e quero assistir ao filme.
Saudações da Indonésia.
Olá Betty, ainda não vi a Série Hollywood mas vou ver.
ResponderExcluirA Netflix nos oferece opções demais e fico embananada na hora de escolher.
Sobre os perfumes da Avon, fui mesmo enganada, mas por um vídeo de alguém que comenta só sobre perfume.
Até achei que o problema era eu que não estava sentindo cheiro. Mas, não é.
As pessoas aqui de casa, também não sentem.
Gosto muito de coisas da Avon. Batons, por exemplo.
Abraço,
Resenha incrível! Parabéns.
ResponderExcluirGostei do blog e estarei por aqui agora. Esteja â vontade em visitar o meu blog também.
Bom fim de semana!
Jovem Jornalista
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Até mais, Emerson Garcia